Para mim o verdadeiro significado de confort food vem em sensações, não em palavras! Como quando a gente come coisas que nos remetam a boas lembranças! E a comida faz isso com a gente!
Esses dias fui invadida por lembranças da comida da casa da minha vó. Como ela sempre esteve ligada de alguma forma ao universo da culinária, lembrar dela sempre é associado a um sabor, a uma receita, a um momento que vivi com ela! Poderia fazer um blog baseado apenas nas coisas que aprendi na cozinha com a minha vó! Morei alguns anos com ela, nos quais pude compartilhar sua sabedoria culinária diariamente, no mínimo três vezes ao dia!
Vó Nê é minha mentora no comando das panelas. Com ela aprendi do básico ao mais elaborado. Salgado, doce, drinks... tudo ela sempre fez bem!
Atualmente ela não cozinha mais, o que sinto muita saudades! Suas habilidades na cozinha foram limitadas pela doença de Alzheimer, diagnosticada a muitos anos. Agora ela vive entre suas memórias e histórias, misturando passado e presente em um universo só dela e muitas vezes não reconhecendo os personagens mais recentes.
Sempre que visito ela conversamos sobre temas que a memória dela permite, mas ela sempre vai até a culinária! É impressionante! Ou ela vai cozinhar para alguém ou comer em alguma casa de amigo ou parente! Sim, a memória dela também é guiada por essas sensações gostosas que a comida deixa! E isso nos liga um pouco mais!
Estar com ela semana passada, para variar, me despertou a vontade de alguns pratos! Falamos da polenta com carne de panela e da goiaba em calda que ela fazia para a gente! Ambos dos Deuses!
Resolvi fazer a polenta, pois é um prato fácil, mas que não tenho o costume de fazer em casa. Comprados todos os ingredientes, levei adiante o plano de testar minha memória das receitas que ela me ensinava.
A carne de panela preferi usar a receita que aprendi há muitos anos atrás no programa da Ana Maria Braga. Bem simples, não tem erro e sempre fica gostoso. Para mim essa receita é perfeita porque fica com aquele caldo grosso e escuro, que combina com qualquer massa.
Já aproveitei que ia fazer polenta e fiz um pouco a mais para um próximo post que quero fazer, provavelmente amanhã!
Almoçamos maravilhosamente bem eu, meu marido e um amigo e ainda sobrou bastante!
Ao sentar aqui para escrever esse post fui invadida pela nostalgia boa! Por ter degustado uma refeição da verdadeira confort food! Dona Enneh sua neta aprendeu direitinho a fazer polenta, exatamente como você ensinou!
Ingredientes:
1kg de carne limpa e cortada em cubos (usei o corte de Tatu, mas pode ser Acem, Posta ou Lagarto)
1 long neck de cerveja preta
1 envelope de creme de cebola
2 molhos de tomate
2 xícaras de fubá amarelo
1 colher de sopa de manteiga com sal
2 tabletes de caldo de Legumes
300g de muçarela fatiada
50g de parmesão ralado
8 xícaras de água
sal a gosto
pimenta do reino a gosto
Modo de preparo:
Numa panela de pressão coloque a carne, a cerveja preta, o creme de cebola e os molhos de tomate. Após a pressão começar, deixe por mais ou menos uma hora cozinhando para que a carne fique desfiando. No meio do tempo abra, mexa bem pois a tendência é de o fundo dar uma queimada. Coloque um pouco de água, mexa bem e devolva a pressão até chegar no ponto desejado.
Para fazer a polenta coloque seis xícaras de água para ferver em uma panela. Quando ferver adicione os caldos de legumes e a manteiga. Mexa bem para os caldos dissolverem. Em um bowl misture o restante da água e o fubá. Adicione o fubá dissolvido na água fervendo, baixe o fogo e mexa sem parar até ficar no ponto. Acerte o sal e coloque pimenta do reino moída na hora a gosto.
Pré-aqueça o forno. Em um refratário, forre o fundo com uma camada generosa de polenta, em seguida carne, o queijo muçarela e outro camada de polenta. Arrume e salpique queijo parmesão ralado por cima. Leve ao forno até o queijo ficar dourado.
Sobra carne na panela, que pode ser servida junto com a polenta recheada!
Fotos: Blog Gastromaníacos ®
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